Editorial

Novas feridas

O Rio Grande do Sul vive um dos piores momentos da sua história. A tragédia que assola o Vale do Taquari tende a ser a maior, de cunho ambiental, que nosso Estado já viveu. São vidas e vidas perdidas, com a perspectiva real de que ao longo desse feriadão mais corpos sejam encontrados, conforme o nível das águas for baixando, dadas as notícias sobre desaparecidos e casas afetadas.

Já fica difícil contar as emergências ambientais que acontecem no Rio Grande do Sul. Foi a estiagem no verão, dois ciclones - um atingindo a nossa Zona Sul -, e agora essa. Fora outras, em menor escala. Em todas elas, dois uníssonos: o primeiro é de especialistas alertando que as mudanças climáticas vão nos atingir cada vez mais com eventos extremos, e que é preciso parar e pensar a forma como lidamos com a natureza enquanto sociedade, sob o risco de tragédias se empilharem cada vez mais.

A outra é a que nos dá esperança: a solidariedade. No mesmo ritmo em que surgem relatos de novas histórias dentro das tragédias, aparecem ações, movimentos e atitudes voltadas a ajudar quem perdeu tudo. E não foram poucos, infelizmente. Cidades com comércio totalmente afetado, residências arrastadas, famílias perdidas. Nada jamais compensará isso. São feridas abertas eternamente. Mas, por outro lado, milhares, milhões se dedicam a ajudar e a tentar atenuar esse sofrimento.

Agora é hora da sociedade cobrar, também em duas frentes. Uma é para que governos e órgãos públicos, em todos os níveis possíveis, atuem para dar suporte às regiões atingidas. Reconstruí-las é essencial para que se volte a ter um mínimo de dignidade para essas comunidades enquanto elas caminham para lidar com as outras feridas causadas pela situação.

A outra é de ouvir quem entende de Meio Ambiente para saber, com urgência, quais passos concretos podem ser tomados para, em um momento inicial, frear essas mudanças e, na sequência, buscar essa reversão. Em Pelotas, a Câmara Temática Temporária de Mudanças Climáticas do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Pelotas (Compam) já emitiu uma lista de recomendações, publicadas na edição de quarta-feira do Diário Popular. Espera-se, agora, o andamento delas dentro dos trâmites do Conselho e quais efeitos isso causará.


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